Marcela Mattos, de Brasília
Paulo Roberto Costa, o homem que fez Brasília acordar apreensiva nesta quarta-feira, não dará nenhuma declaração em depoimento á CPI mista da Petrobras. O ex-diretor da estatal foi conduzido pela Polícia Federal ao Congresso Nacional, mas afirmou aos integrantes da comissão de inquérito que usará o direito de permanecer calado – e evitar produzir provas contra si.
Preso no Paraná, o ex-executivo da estatal, cujos passos assombram o Palácio do Planalto e uma constelação de políticos, foi levado ao Congresso por determinação da Justiça. Por não ser acusado de praticar crimes com violência ou ameaça grave na Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa não foi algemado.
Questionado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o ex-diretor da estatal antecipou: “Vou me reservar ao direito de ficar calado”. Ainda assim, o executivo permitiu que a sessão transcorresse a portas abertas.
O silêncio de Paulo Roberto Costa é estratégico: ele pretende evitar perder o direito ao benefício da delação premiada, conforme alertou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a PGR, a quebra de sigilo das informações prestadas à Justiça implicaria em rompimento do acordo da delação, o que anularia as chances de o executivo ter um regime penal mais leve ou o perdão judicial.
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